sábado, 11 de julho de 2009

RIO MABRIDJ

Foi no Triângulo do Rio Mabridje, entre as duas margens do rio com o feitio de um "V", desaguando num só, que permanentemente fazíamos espera ao inimigo... em termos militares: "emboscadas", durante três, quatro dias seguidos.
Numa ocasião, o inimigo foi interceptado no percurso e flagelado pelo fogo das armas dos nossos militares. Não estive directamente metido nesta operação, mas muitas vezes dormi lá nesse lugar aonde havia milhares de melgas, e alguns crocodilos.
Durante noite e dia, tínhamos que espalhar uma pomada no corpo para que as melgas não nos perseguissem continuadamente e dormíamos praticamente com os pés quase metidos na boca dos "amigos" répteis.
Determinado dia, estava eu lá directamente, quando somos surpreendidos pelo voar de dois Aviões Fiat, sobrevoando o local com duas voltas mesmo em cima das nossas cabeças, com um som estridente. E como não vimos más nem boas, tivemos que nos expôr afim de identificar que éramos tropa Portuguesa porque não tinhamos rádio para comunicarmos com eles.
Depois de verificarem bem lá seguiram viagem, porque aquele local era frequentemente bombardeado com bombas Napal que até as próprias árvores ficavam completamente depenadas.
Fui um dos maiores sustos da minha vida porque se disparassem ali ficaria um grupo de combate completamente destroçado .AVIÃO CARREGADO DE BOMBAS METE UM SENHOR RESPEITO.

3 comentários:

Anónimo disse...

Pois eu tambem estive na confluência do Coji com o M'Bridge

Jorge Isidoro disse...

Era o meu pelotão que estava lá quando houve esse contacto. A minha companhia que era do Lucunga fez uma vez uma emboscada na confliuencia do rio M'Bridge com o Coji. Um cabo (de seu nome Luis), quando regressou à base com os nervos à flor da pele sentou-se num bloco de cunhetes de munições e encostou o queixo à sua FN e carregou no gatilho. Por sorte pressentiu e desviou o cano. A bala só lhe queimou as sobrancelhas. O susto foi tão grande que nessa noite foi o melhor sentinela que tivemos. O moço não pregou olho.

Um abraço para os companheiros do 1875.

albino pires disse...

amigo jorge era eu o radiotelrgrafista que estava com o poletao e que por sinal fui eu que contacteivia via radio banana com os fiates bombardeiros, o luis era aquele colega que para se librar das operaçoes enfiava um dente de alho no cu e assim a febre subia de tal ordem que já não ia. nessa altura fizemos uma baixa ao inimigo que ficou prostada na outra margem do rio.