segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Recuperação de um Humano.


Cubata


Vivia na Mata

Apesar de estar na época Natalícia e voltando ao fundo do Baú, não poço deixar de trazer ao de cima a recuperação de alguém que provavelmente vivia nestas condições desde o estalar da guerra de 1961, em Angola. Seguramente isolado do mundo desde os primeiros momentos que as nossas tropas deram em fazer patrulhamentos por todo o norte de Angola...E como não foi muito distante do nosso acampamento, então creio ter-se mobilizado uma equipa de voluntários para tentarmos a procura do fulano que temos a oportunidade de ver junto às moradias! Desta vez a informação não falhou. E então dito isto temos na foto o soldado Caldas, Caldas por ser das CALDAS DA RAINHA, com a arma ao ombro, e em segundo plano o furriel Aguiar, com o seu feitio de bondoso, pensando e olhando para o indivíduo, mas que desgraça é esta...Em frente, o Alferes Borges homem de Coimbra e sempre atento às conversas, em seu redor, hoje meritíssimo Juiz, olhando para os pés do negro, e ao mesmo tempo que pensará ele? Revelação de miséria!...


Os soldados são do primeiro grupo de combate do alferes Ferrajota e o oficial aqui presente comandava o quarto grupo de combate, e o furriel Aguiar pertencia ao grupo de combate do Alferes Eleuterio, terceiro grupo de combate, a razão de uma mobilização à pressa.

Este indivíduo depois de recuperado, foi-lhe  atribuída a tarefa de prestar serviço à cozinha militar, perante o olhar dos cozinheiros.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Inga.


Quartel do Inga

Subida e entrada para o acampamento do Inga, pelo lado norte, era a única via de acesso a este aquartelamento,e aqui terminamos a comissão de serviço militar obrigatório, algures no interior e norte de Angola.
Aqui éramos abastecidos de água de um rio que ficava a três Kms, desviado do quartel e para nossa segurança nesse lugar tinha-mos destacado noite e dia,  uma secção de soldados, e onde existia uma ponte, e a água era transportada em depósitos de chapa, em cima das viaturas para o quartel, e esta operação repetia-se diariamente. No norte de Angola existiam muitos aquartelamentos deste feitio,estrutura de madeira, e com cobertura de folhas de chapa, autênticas estufas num clima tropical como o de Angola.

À entrada do quartel todos os dias era hasteada a bandeira Portuguesa num mastro, e sempre que se repetia a mudança de turno de cada grupo de combate. Foi uma companhia de militares sempre presente como tantas outras...Que linda cidade...Esta subida tinha  seguramente um desnível de 80% por cento:

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

É Natal


Noite de Natal.

No refeitório numa noite de Natal, o mesmo grupo de amigos compartilhámos, entre militares, longe das suas famílias, e alguns dos seus filhos. Neste grupo estão quatro graduados com o posto de sargentos, mas por isso não deixaram de correr para a mesa afim de ficarem na respectiva foto. Ainda me recordo perfeitamente do nome da maioria destes ex-militares que estão na foto, mas infelizmente alguns já partiram para a eternidade...
Como actor principal, eu ao centro com um copo na mão, e como tinha-mos que nos manter unidos como uma família, porque era a maneira mais adequada de vermos o tempo passar. E pelo que me recordo aqui nesta foto já estavá-mos seguramente com 20 meses de comissão...Comissão de guerra!Comissão de paz.

Na foto temos militares do serviço de saúde, militares de transmissões, e militares da cozinha.
Que bela camaradagem!...Houve comes e bebes, mas nada de copos a mais...Mantivemos sempre o alerta...