domingo, 14 de junho de 2009

O PRINCÍPIO DO FIM

Era eu jovem com os meus 17 anos quando assisti às eleições do senhor General Humberto Delgado, recordo-me que na sua visita ao Fundão. A visita deste Senhor foi um mar de gente vindo das aldeias do conselho para o felicitar.
Como tal, o meu serviço com militar obrigatório durante 36 meses foi para mim uma excelente escola de democracia, essencialmente em Angola, como já descrevi anteriormente.
As guerras nas colónias foram o princípio do fim, para que o País ressuscitasse para a paz. Não não se ganhou a guerra no campo de batalha, mas ganhou-se na retaguarda...
Como jovem que era na altura nunca imaginei participar numa guerra que durou desde 1961 até 1974, e que tão desastrosa foi para toda a juventude da época.
Tudo isto devido a umas centenas de incapacitados que não tiveram uma visão aberta, e hoje os jovens assistem à guerra dos desempregados e a geração dos 500 euros de ordenado e mesmo esses não é para todos...
Mas que País é este?...
Andamos a caminho das urnas para elegermos imigrantes ricos?...
Continuamos insatisfeitos e preocupados com tal situação!...

O REGRESSO

Terminada a missão creio com o dever cumprido, estivémos três dias em Luanda à espera de embarque.
Aqui o mesmo grupo ficou hospedado numa pensão, depois embarcámos a 24 de Abril no paquete Quanza, destino à Metrópole, chegando a 9 de Maio de 1968.
Nessa manhã fresca e húmida, acontece que à chegada a Lisboa trazíamos na Enfermaria do barco alguns militares, poucos, portadores de hepatites, bastante acentuada penso de 2º ou 3º grau.
Recordo-me que um destes, na época tinha uma infecção numa nádega devido às más condições de esterilização de agulhas. Estes soldados desembarcaram, e eram logo encaminhados para o hospital militar.