sexta-feira, 12 de junho de 2009

A MEMÒRIA

Caso tivesse documentos poderia ser uma estória mais esclarecedora a nível de operações de todo o Batalhão, depois de 45 anos de todos estes acontecimentos que por ventura nunca nos saíram da memória.
Muito pouco se têm falado das guerras coloniais, GUINÉ,ANGOLA , MOÇAMBIQUE, mas muito mais se tem esquecido aquilo que ao povo jovem não interessa que saibam, responsabilidade de quem?
Rara a família que não esteve ligada a este episódio triste, Pais, Mães, Irmãs, Namoradas e Esposas.
Escrevo estes episódios para que os meus Netos possam ter conhecimento destes acontecimentos relativamente recentes.
É pena que nas Escolas não haja mais informação e se fale desta História ultramarina e das guerras que causaram milhares de mortos e deixaram outros tantos com mazelas para toda a vida, que perduram até ao fim dos seus dias.
Muitos morreram no silêncio com perturbações profundas sem nunca terem a coragem de fazer um desabafo, outros ainda perduram com a memória avivada, e que nunca esquecerão os tristes acontecimentos... Apesar de todos terem coragem há sempre uns mais corajosos que outros..

O MILITAR COLONO

No Inga havia na nossa companhia 1494, destacado um grupo de combate de colonos negros distribuídos uma secção por cada grupo de combate nosso, tinham vindo creio que de Vila Nova de Caipemba, e um dia apresentam-se no posto de socorros com um desses militares alcoolizado dominado por quatro colegas, dizendo que queria matar todos os militares da caserna.
Embriagado, levam-no ao posto de socorros, afim de lhe medicar qualquer coisa para sossegar
o indivíduo.
Mandei-o deitar numa maca, não estou com meias medidas e injectei-lhe uma âmpola de...
O indivíduo não levantou mais problemas, levaram-no de seguida para a caserna tendo este dormido toda a noite num sono profundo, sem inquietar mais alguém que fosse.
Existia remédio para remediar todos os males.
Durante estes últimos meses o médico mais próximo estava colocado a uma distância significativa na CCS no Vale de Loge.