sexta-feira, 29 de maio de 2009

MORTOS EM COMBATE

Estes nossos militares que eu refiro, tiveram a pouca sorte e um final triste. Foram dos que pagaram a Guerra com a própria vida. Só neste Batalhão foram quatro...
Aos soldados mortos por acidente, foi feita autópsia no cemitério, visível numa das fotos publicadas no Blog, onde eu estou pegando na urna num cemitério semi-abandonado. Esses mortos eram tratados com todo o respeito que mereciam e reram posteriormente transladados para Portugal, para junto das suas famílias.

A autópsia era feita por três Médicos e neste Batalhão haviam três Médicos e um Capelão.
Os mortos em combate eram metidos em urnas de chumbo e evacuados para a Metrópole com destino à família.
Aos dezassete meses esta companhia que sofreu as quatro baixas, veio para o Toto. A minha Companhia, a 1494 foi para o lugar deles em INGA e aqui permanecemos até ao final da comissão, vinte e sete Meses.Foi há quarenta e cinco anos.

Recentemente, lí pela primeira vez, num blog chamado Valverdinho, que uma grande parte dos que pagaram a guerra com a própria vida (mortos em combate na Guiné, Angola e Moçambique), e que tanto desgosto causou nas suas famílias, são do concelho do Fundão.

O ISOLAMENTO

Foi durante vinte e sete meses, que o pessoal da companhia 1494 composta por cento e tal homens, viveu numa determinada área com cerca de arame farpado, com postos de vigia em volta, a cinco metros de altura com sentinelas de dia e noite.
Composta pelo Capitão Adelino F. Almeida, pelo Tenente Médico Dr. Alonso, clínica geral e estomatologia, Alferes miliciano Ferrajota, Alferes miliciano Eleutério entretanto falecido, Alferes miliciano Tomé Macedo, Alferes miliciano Rui Borges Digníssimo juiz em Lisboa (o capitão segundo informações também já faleceu), quatro sargentos do quadro furriéis milicianos, e soldados.
O isolamento era total além do ambiente de boa camaradagem, cada um tentava passar o tempo da melhor forma uns ouvindo música, outros jogando futebol, escrevendo às famílias, às namoradas, e madrinhas de guerra, bebendo cerveja,etc.

Era muito difícil, e para alegrar as tropas tínhamos correio uma vez por semana.
Tivemos momentos de termos no quartel um único pelotão. Para os que nunca fizeram tropa, "pelotão" é um grupo de homens, poucos ao ponto de eu estar de serviço ao posto de socorros e cabo da guarda ao mesmo tempo, ao que também se pode chamar de crise.

Poderia ter uma lista com o nome de todos os militares da companhia, mas nunca me passou pela cabeça qua algum dia viesse a escrever memórias e muito menos num Blog, que é coisa futurística para uma pessoa com a minha idade e sem qualquer conhecimento aprofundado destas novas realidades da internet.
Digo isto porque quando tocava a vacinar os militares da companhia, todos mas todos, nos "passavam pelas mãos", no bom sentido da palavra.

SENTINELA

Em muitas da saídas que fizemos, o nosso Capitão saiu muitas vezes para as operações com os seus homens e leal que era, não havia qualquer distinção. Na mata de noite, fazia sentinela tal e qual como o soldado. Ele próprio se oferecia para entrar na escala de vigia e dizia contem comigo.
Como já descrevi, o enfermeiro também não era bafejado pela sorte nas saídas para o mato, era um operacional a cem por cento. Tínhamos que participar em todas, e como carregados que íamos, o nosso Capitão num patrulhamento bastante difícil e doloroso, vira-se para o pessoal e disse "o Enfermeiro não faz sentinela."

A PICADA

Para quem nunca esteve em Angola, "picada" significa uma estrada ou caminho de terra batida por donde naturalmente circulamos, todos os dias com um sol abrasador, outros com chuva e por vezes até cacimba (na gíria africana quer também dizer humidade, umas vezes cheia de lama outras cheia de pó).
O inesperado aconteceu, a companhia que estava no Inga e outras em redor, vinham-se reabastecer ao Toto.
E foi na estação das chuvas, que sucede que a um Km do Toto, o motorista perde o controlo da viatura e então o inesperado acontece... Primeiras duas baixas do Batalhão...
Da mesma companhia, noutra operação no mato nas margens de um rio num laranjal, também foram surpreendidos pelo inimigo. Mais duas baixas consideradas em combate, portanto a qualquer momento poderíamos ser surpreendidos ou premiados com a pouca
sorte.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

SOLIDARIEDADE

Em todas as saídas para os patrulhamentos, o oficial responsável tinha sempre a preocupação de qual o Enfermeiro que os acompanhava, e tinham o cuidado de ir ao posto de socorros perguntar.
Havia um relacionamento forte de camaradagem entre oficiais, sargentos, e soldados que ainda hoje se mantém. Podiam sair sem transmissões por falta de rádio, mas era indispensável numa saída haver ausência das transmissões e prestador de Primeiros socorros.
Devido ao bom ambiente gerou-se sempre um ambiente de paz para com a nossa companhia, e porquê...?
Em parte porque as populações eram acarinhadas com assistência médica e os restos das sobras do refeitório eram distribuídos pelas crianças que nos visitavam todos os dias à procura de sobrevivência. Creio ser o motivo principal de termos passado uma comissão relativamente tranquila.
Entre nós soldados, já existia diálogo à nossa maneira.

A VISITA

Apesar de toda a zona ser de guerra, num belo dia as meninas do movimento nacional Feminino fizeram-nos uma visita ao nosso aquartelamento TOTO.E para dar ânimo às tropas, as suas visitas tinham tanto impacto na moral das mesmas, como receber um bilhete postal.

Naturalmente, para qualquer soldado na guerra as visitas eram sempre de um certo agrado, devido ao isolamento e saturação a que eram sujeitos.
Dias depois, três ou quatro dias na vila do BEMBE, estava um destacamento de tropa colonos negros de Angola. Num belo dia que não teve beleza nenhuma, foram à lenha para a cozinha, e já no regresso caíram numa emboscada, atacados de tal maneira que lhes queimaram três viaturas Uni-mogues.
Era uma guerra de sorte, porque sempre que saíamos do aquartelamento pensávamos para nos próprios ..."que destino mes estará reservado para hoje...?????? Será que volto tal e qual como sai????..."
Felizmente fui sempre dos que voltei . Perguntarão, houve mortos ????... Claro que sim, e de horror...

O GUIA

Desta vez a ordem do Capitão Almeida disse:"Quero toda a gente bem prevenida."
Tinhamos informação segura de que existia um acampamento nas margens do rio Loge. Eu sempre me fiz acompanhar da pistola Valter de 9 mm, arma de guerra. E felizmente, conforme a recebi assim a entreguei, sem nunca ter feito um disparo com ela.
Mas enfim ordens são ordens, e desta vez saí com a fabulosa costureirinha G 3, com seis carregadores, mais seis granadas defensivas, incluindo bolsa de primeiros socorros bem recheada com material, que pensei poder vir a ser útil, incluindo até soro, caso houvesse necessidade de transfusão. Em suma, preparado para qualquer eventualidade.

Na nossa companhia ía um indivíduo de côr como guia, caminhámos algumas horas debaixo de um sol abrasador, com dois grupos de combate cujo nº de homens não me recordo, embora creia terem sido perto de cinquenta.
Depois de algum tempo houve uma pausa, com descanso junto à margem esquerda do rio. Nisto alguém notou um cheiro a fumo e ficámos alerta.

O Oficial responsável pela operação, pede informação ao guia que nos acompanhava, simplesmente dizendo que não era possível estarem ali, mas sim mais à frente do nosso itinerário.
Já quase pôr do sol, o Alferes bastante carregado, pediu-me para permanecer ali com meia dúzia de soldados, enquanto eles fizeram mais alguns km. Regressaram já era noite e pernoitamos precisamente naquele lugar.

Mata serrada até de manhã,dias depois recebemos ordens para permanecer naquela zona durante alguns meses seguidos. Sucede que mais tarde viemos descobrir um acampamento
abandonado, mas numa bela saída ainda fomos premiados com uma mina de fraca potência que não nos causou felizmente qualquer ferido.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

A SERRA

Serra da Canhanga ZIN
Estas letras querem dizer em bom Português,"Zona Intervenção Norte": Um dia de manhã "montamos-nos" nas viaturas, sob o comando de um oficial com a graduação de alferes da companhia 1494. Saímos do nosso aquartelamento e lá vamos nós bater picada
de terra batida poeirenta, porque era verão em Angola. O capim quase não deixava ver o rodado por onde as viaturas deviam passar.
Raramente sabíamos para onde íamos, e o nosso lema era "bico calado", até porque nas viaturas, no vidro da frente, tínhamos aplicado o desenho de um Mocho,ideia do Alferes Borges,Homem de poucas palavras e que é actualmente um meritíssimo Juiz em Lisboa. Foi com agrado que o voltámos a rever recentemente,no último almoço organizado em Porto de Mos, sob a organização do meu amigo Amândio V. Matos, no dia 9 de Maio de 2009.

Feitos alguns Quilómetros nas viaturas, eis que chegamos à zona do Songo mais propriamente com destino à Serra da Cananga. Santuário de Guerra, era no cimo desta serra que havia um agrupamento de voluntários, uma espécie de forte segundo disseram, todo armadilhado nas redondeza para que ninguém se aproximasse.

Ao sairmos das viaturas numa zona relativamente baixa(vale,onde abundava quantidade de árvores de café, principiamos a nossa aventura. Ao prepararmos-nos, de repente sucede-se uma forte tempestade de tropical juntamente com relâmpagos, que durou
todo o tempo até chegarmos ao nosso objectivo. Para subir esta Serra, já de noite íamos agarrados uns aos outros e só se vislumbrava algo, quando do clarão dos relâmpagos .
Nesta passagem pela mata, numa questão de minutos, formou-se um autêntico rio. A água dáva-nos pelos ombros e alguns de nós tiveram de ser puxados uns pelos outros, afim de não sermos arrastados pela corrente.
Chegados ao cimo da serra todos encharcados, os militares que aí estavam já nos esperavam.
Emprestaram-nos aquilo que puderam,afim de passarmos a noite. Amim tocou-me o empréstimo de um cobertor. Enrolei-me nele e assim passei toda a noite em cima de um ordinário colchão de cimento, nu.
Outros Soldados com menos sorte pernoitaram toda a noite em plena mata, encostados às árvores debaixo de uma tempestade tropical. Um deles, o José Godinho das quintas da Borralheira Telhado.

Na manhã seguinte toca a erguer que é dia. Como pequeno almoço, uma bisnaga não sei de quê,vestimos o camuflado tal e qual o tínhamos tirado no dia anterior. Como o tempo melhorou, este secou no corpo e lá continuamos o patrulhamento pelas aéreas estabelecidas. Durante três dias alimentados a ração de combate, a água escasseava e não a encontrávamos.
Depois desta operação com nome que já não recordo, nada encontramos que estivesse relacionado com o inimigo. Apesar do segredo, eles mediam bem os passos que a tropa portuguesa dava.
Todas as saídas que nós tropa na altura fazíamos, eram sempre baseadas no mesmo sentido: encontrar o inimigo.

domingo, 24 de maio de 2009

A 1ª SAÍDA PARA O MATO - INAUGURAÇÃO

Chegado ao Toto, fomos recebidos pelos Veteranos mais velhos. Em Toto, local que foi durante 17 meses um lugar com óptimas condições em pleno centro de guerra, tinhamos lá estacionados manutenção de alimentos e oficinas auto.

Era aqui que muitas companhias vinham fazer reabastecimentos de toda a qualidade de mantimentos. Este local comandado por um oficial posto tenente, também tinha um Aeródromo à distância seguramente a 3 Kms. Neste encontravam-se dois rapazes do Fundão: o António Augusto e o Beleza, este último ainda o vejo com muita frequência.
A unidade que fomos render foi deslocada para o leste de Angola e creio terem terminado aí a sua comissão, nestas coisas em princípio não atribuímos certa e determinada importância, porque queríamos era dias passados. O Beleza e o António Augusto, eram rapazes da minha recruta do mesmo curso Batalhão Caçadores 6, Castelo Branco.

Na primeira saída para as operações, acompanhados ainda pelos veteranos mais velhos, não sei com quantos meses na altura, lá saímos para o mato. Mas ainda dentro da parada no momento de saída, quando mal dou por mim vejo um indivíduo a lutar com o Tenente Almeida em cima da viatura...
Nunca cheguei a saber o porquê.
A inauguração da primeira saída foi para os lados do Rio Mabrites, alguns Kms depois, saímos das viaturas e continuamos o itinerário a pé.

Percorridos alguns Kms sobre intensa mata e debaixo de um calor infernal, fomos sendo dirigidos pelos soldados mais antigos conhecedores da zona. Nesta coluna penso ter ido um rapaz de Valverde, que me ajudou a atravessar um rio às costas.
(Gostaria de o encontrar de novo, pelo que caso alguém de Valverde tenha conhecimento da existência de um Veterano que tenha cumprido a Tropa, no Ultramar-Toto, que faça o favor de lhe passar esta mensagem e colaborar numa aproximação conjunta.)

Alguns Kms depois, as viaturas esperavam por nós afim de regressarmos ao quartel, mas perante a primeira saída para a guerra, vi jeitos de deitar o estomâgo fora, devido ao enjoo, disse para comigo mesmo se isto continua assim como irei aguentar dois anos extremamente diíceis, não estando habituado a este tipo de alimentação, bolachas, ração de combate e água podre...

A primeira saída em contacto com a guerra, correu dentro da normalidade, embora com um esforço tremendo apesar da boa preparação fisica.

Mas noutras operações mais complicadas, vi colegas do pelotão de morteiros derramar lágrimas em plenas operações. Porque andar a carregar com a "Querida namorada costureirinha" (termo carinhosamente usado para apelidar a arma de guerra), mais munições, morteiro grande e respectivo prato, e ainda as granadas para o alimentar, chegámos a descer morros com o rabo de rastos.

sábado, 23 de maio de 2009

A VIAGEM

Poucos dias de estadia no ordinário hotel chamado Grafanil de zero estrelas, nas redondezas de Luanda, o Batalhão 1875 arranca em marcha, rumo ao norte, distrito de Uije, mais propriamente Cidade Carmona.
A marcha é logo de manhã, com primeira paragem em Ucua, cenário acentuado de guerra continuamos estrada fora, metidos em camiões descapodados sob as ordens e responsabilidade do Tenente Coronel Júlio dos Santos Batel.
Em cima deste oficial recaía a responsabilidade de um bom punhado de homens, todos eles com pouca experiência de vida, embora na flor da juventude. Chegamos já noite à capital do Uíje, Carmona. De Luanda a Carmona, não sei dizer quantos Km são, mas levámos um dia inteiro para fazer este trajecto com um piso de alcatrão extraordinário e a viagem correu extraordináriamente bem.
Pernoitamos nas redondezas da cidade, em cama de "cão", embrulhados num cobertor e toca a descansar uns em cima das viaturas outros, no chão.
Depois de uma bela noite de descanso...Acham?...Arrancamos viagem em direcção a Vila Nova de Caípemba, Vila do Songo, Vale Loge, onde ficou estacionado o comando companhia serviços.
A outra companhia foi para o Ingae 1494, na qual eu ia integrado sob o comando do graduado tenente Adelino Q. F. de Almeida - mais tarde promovido a capitão - desinibido homem alto, tipo militarista de carreira, mas amigo dos seus homens, depois direi porquê!...
Logo que me seja possível irei colocar algumas fotografias, provavelmente das melhores do Batalhão.

O COMEÇO DE UMA VIDA




Navio Império

Foi aos 21 anos, no dia 3 de Maio do ano 1965, que assentei praça no Batalhão de Caçadores 6, Cidade de Castelo Branco. Terminada a recruta dois meses depois, fui direitinho para o Regimento serviço de Saúde Cidade de Coimbra.

Bonita e bela Cidade banhada pelo rio Mondego, e com bons jardins, permaneci neste quartel quatro meses, afim de fazer a especialidade: Maqueiro e Auxiliar de Enfermeiro, depois fui para o Hospital Militar Principal Lisboa à Estrela, estagiar no serviço de Urologia.
Terminada a especialidade, fui de novo para Castelo Branco, desta vez para o Regimento Cavalaria 8, onde permaneci apenas duas semanas.
Fui de fim de semana à terra, e quando regressei à segunda feira, recebo a notícia que eu mais um colega meu, estávamos mobilizados para o Ultramar. Ambos dois para o dito batalhão 1875. Eu na companhia 1494, ele na 1495.

Este colega de arma chamado Carrola, do Casal da Serra na área do Tortozendo, chegando a Abrantes, foi encontrar os militares do dito Batalhão já a usufruir os dez dias de Férias, que pelo próprio direito gozavam todos os militares que eram mobilizados.
Em Abrantes tomámos uma refeiçao de feijão, que mais parecia papas de milho. Fomos para a terra gozar estas ditas férias, quando uma bela segunda feira ando descontraidamente a passear no Fundão e alguém me disse que tinha chegado ao Telhado, um telegrama urgente para me apresentar no referido Quartel.
Não estou com meias medidas, meto-me num Táxi, fui direitinho a casa, pego na trouxa e fui apanhar o comboio a Castelo Novo, salvo erro se a memória não me trai.
Chegado ao Regimento Infantaria 2, em 1966, hoje com o nome de Cavalaria "não sei quantos", chegado ao depósito de material para receber a farda verde ou seja entregar a farda cinzenta - foi no período de mudança da cinzenta para a verde- encaro de frente com um rapa zito que fez a recruta comigo: o Moura, de Aldeia Nova do Cabo.

Já noite, lá seguimos para Lisboa, embarcamos no Barco Império e desembarcamos em Luanda a 27 de Fevereiro, com destino ao campo do Grafanil por onde passaram milhares e milhares de jovens, onde quase até as melgas nos queriam comer. Não é que me incharam as mãos com tantas mordidelas !

CAPITULO DOIS: TÊM SEGUIMENTO EM BREVE...

quinta-feira, 21 de maio de 2009

BATALHÃO 1875




Foi neste Batalhão de caçadores 1875, c. Caçadores 1494 que no norte de Angola distrito de Uije , mais propriamente entre Carmona e Ambrizete, no local geográfico conhecido como TOTO, Vale de Loge, Bembe, e ultimamente Inga, que passei dois ricos anos da minha Juventude.
Ligado à área da saúde, como 1º Cabo Enfermeiro, tínhamos à nossa responsabilidade uma companhia de soldados de Infantaria, todos eles Jovens na casa dos 22 anos, incluindo as populações civis as quais também beneficiavam de assistência médica e medicamentosa, chamada na época PSICO.
A Equipa da saúde era composta por um Médico de clínica geral com a patente de Tenente, um furriel miliciano -infelizmente já falecido- e dois cabos Enfermeiros.
As populações civis já naquele tempo tinham assistência médica gratuita, incluindo consultas, medicamentos no momento e injecções.
Muitos veteranos, que prestaram serviço militar, em África, sabem que é assim.
Esta história que é verídica, aconteceu de Janeiro de 1966 a Abril de 1968.
Todos os anos estes ex combatentes se reunem a 8 ou 9 de Maio, num Almoço de convívio.
Da nossa aldeia, Telhado (no Distrito de Castelo Branco), muitos foram os que prestaram serviço militar em
toda a frente de guerra, desde 1961, até ao ano de 1974. Desde a Guiné até Timor, felizmente todos regressaram para junto das suas famílias.
Que eu tenha conhecimento dois conterrâneos nossos, ainda foram feridos em Angola, em combate... mas felizmente estão vivos.
Era bom que todos os ex combatentes do Telhado organizassem um almoço de confraternização na própria Aldeia, e pensassem em erguer um monumento de homenagem, a todos aqueles que estiveram na frente de combate em África.

O GRITO DE GUERRA ERA: "FIRMES NO DEVER E NA HONRA."